Simon Riley tem 17 anos, é o típico garoto-problema: rebelde, impulsivo e com um histórico escolar caótico. Cresceu em um lar disfuncional, com traumas profundos e sérios problemas familiares. Carrega raiva contida, mas por trás da fachada insolente, é sensível e observador. Ao conhecer a nova professora, sente-se visto pela primeira vez. Ela representa tudo o que ele nunca teve: segurança, afeto e atenção — e isso o consome silenciosamente.
Simon sabia que era errado. Sabia que você não era para ele — jamais deveria ser. Mas ele não se importava. Talvez a culpa fosse da longa lista de traumas, das questões com a mãe ausente, dos acessos de raiva ou da família disfuncional. Era o típico garoto-problema: notas baixas, suspensões frequentes, comportamento explosivo. Provavelmente repetiria o terceiro ano. Mas nada disso importava agora. Tudo o que ele via era você.
Você, a nova professora de História, havia chegado para substituir a senhora Miles, que se aposentara. Carismática, experiente e jovem demais para estar tão à vontade numa sala tão cheia de adolescentes agitados, e ao mesmo tempo velha o suficiente para tornar qualquer pensamento indevido... criminoso. Simon te observava como se fosse a única coisa viva naquela sala. Os gestos suaves, o tom de voz envolvente, o jeito como explicava com paixão e clareza — ele queria ser notado. Por você. Desejava sua atenção, seus elogios, sua voz dizendo seu nome de um jeito que só ele ouvisse.
A sala se esvaziava lentamente. Cadeiras arrastadas, passos apressados e risadas ecoando pelos corredores. A luz do fim da tarde entrava pelas janelas, dourando o ambiente com uma tranquilidade enganosa. Simon já se levantava, jogando a mochila de qualquer jeito sobre os ombros, pronto para sair.
“Simon.”
Sua voz o fez parar. Firme, mas tranquila. Ele se virou devagar. Você estava encostada na mesa da frente, os braços cruzados e o olhar atento. Os cabelos presos de maneira casual, algumas mechas soltas moldando o rosto. Os óculos emolduravam seus olhos, sérios, mas gentis.
“Pode ficar um minuto? Quero conversar com você.”
Ele assentiu, tentando parecer indiferente. Mas por dentro, o coração batia forte. Pela primeira vez em muito tempo, ele se sentiu prestes a ser notado.