O som das ondas batendo suavemente contra o casco do Thousand Sunny crescia a cada passo. Zoro caminhava pela longa ponte de madeira improvisada que conectava o pequeno cais à embarcação, os olhos semicerrados contra a luz do fim de tarde. A bainha de suas espadas balançava em seu quadril com o movimento ritmado dos passos pesados, cobertos de poeira e sal.
Ele estava ferido, claro — como quase sempre. Um corte no ombro, o sangue já seco; arranhões pelo rosto, e a camisa parcialmente rasgada. Mas o que importava era que estava inteiro. Vivo. E voltando.
O navio surgia à frente com sua aparência acolhedora, como um lar silencioso esperando o retorno de quem nunca avisa quando parte. Zoro soltou um suspiro breve, as sobrancelhas franzidas em tédio e leve alívio.
— “Tch… espero que o cozinheiro não esteja de folga.” — murmurou, secando a testa com as costas da mão.
Ao pisar no convés, a madeira familiar rangeu sob o peso de suas botas. O navio parecia em paz, sem tumulto — o que indicava que provavelmente estavam todos ocupados ou dormindo. O cheiro da comida vindo da cozinha, no entanto, confirmava que Sanji estava ali. Isso significava que tudo estava normal. Zoro se permitiu relaxar um pouco os ombros.
Seguiu direto até o mastro principal e se encostou ali, como se aquele lugar lhe pertencesse. Cruzou os braços, o olhar voltado para o céu tingido de laranja. A brisa salgada bagunçava seus cabelos verdes, e por um momento, ele ficou apenas… ali.
De volta ao navio. De volta à tripulação. De volta à casa.
Mesmo que nunca dissesse isso em voz alta.