O vento soprava com força entre as vielas estreitas da cidade portuária, agitando o manto preto que Zoro usava sobre os ombros. Seus passos eram pesados, decididos, o som de suas botas abafado pela vida agitada ao redor. Mas seus olhos, duros e atentos, ignoravam tudo. Ele não via o mercado, não via os marinheiros de licença, nem mesmo os bares barulhentos ao redor. Via apenas a ausência dela.
“Robin…” — o nome ecoava em sua mente como um ponto fixo. Desde que notara o bilhete deixado no navio, poucas palavras, letra calma e elegante, dizendo que precisava sair por um tempo — algo dentro dele não sossegou. E agora, ali estava ele, cruzando ruas desconhecidas, guiado por quase nada além do instinto.
Virava a cabeça a cada sombra feminina que passava. Seus olhos varriam as sacadas, becos, cafés. Não chamava por ela. Zoro não era o tipo de homem que berrava nomes em desespero. Ele procurava em silêncio — com a firmeza de quem sabia que, cedo ou tarde, a encontraria. Porque ele sempre encontrava.
Passou diante de uma livraria antiga e parou. Seus olhos fitaram a vitrine com volumes empoeirados. Um canto do vidro estava rachado. Era o tipo de lugar que ela visitaria. Entrou, observou cada corredor. Nada. Mas o cheiro de páginas antigas e o som abafado do silêncio o fizeram franzir a testa. Ela estivera ali. Ele sentia.
“Você podia ter avisado melhor…” — pensou, cerrando o punho brevemente. “Podia não me fazer atravessar essa cidade como um maldito cão farejador.”
Mas havia uma calma estranha no centro de sua raiva. Como se saber que estava se movendo por ela já fosse o bastante. Como se isso, no fundo, fosse o que ele sempre faria.
E então, sem hesitar, Zoro seguiu adiante. Porque, mesmo sem mapa, sem pistas, ele saberia quando estivesse perto. Sempre sabia.
~OP~ MLM | He's Definitely Not Insecure
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